Dissertação do PPGEO/IGESC Recebe Prêmio UFU 2025
Publicado: 08/12/2025 - 16:32
Última modificação: 08/12/2025 - 17:22
A dissertação intitulada “Território e educação a distância: financeirização e digitalização do ensino superior privado no Brasil”, defendida em 2024 por Henrique Caetano Vian no Programa de Pós-Graduação em Geografia do IGESC/UFU, sob orientação do Prof. Mirlei Fachini Vicente Pereira, foi a vencedora do Prêmio UFU de Dissertações 2025, na Grande Área Ciências Humanas, Sociais, Letras e Artes.
A premiação ocorreu no dia 13 de novembro, no encerramento do V Seminário de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação da UFU, que faz parte da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e buscou ofertar um espaço de encontro, estudo e reflexão a respeito das pesquisas e das tecnologias desenvolvidas na universidade. O seminário agrega as produções científicas do âmbito da pesquisa, inovação e da pós-graduação, sendo realizado com a participação da Diretoria de Pesquisa (Dirpe), da Diretoria de Pós-Graduação (Dirpg), da Diretoria de Inovação e Transferência Tecnológica (Dirtc/Agência Intelecto), e em parceria com o Parque Tecnológico (Tecno/UFU) e com a Diretoria de Comunicação Social (Dirco). O objetivo é a integração e a valorização do papel indissociável da pesquisa, da pós-graduação, da inovação tecnológica e da divulgação científica na construção da ciência.

Legenda: Henrique Vian (direita) formou-se geógrafo e mestre em Geografia pela UFU. Atualmente é doutorando em Geografia pela Unicamp. Mirlei Vicente Pereira (esquerda), Professor Titular no IGESC/UFU, foi o orientador da pesquisa.
O trabalho de Henrique, que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), analisou o crescimento da modalidade de educação a distância (EAD) no território brasileiro a partir do ensino superior privado, demonstrando como o movimento de digitalização da educação, em rápida expansão no país, possui relação direta com o processo em curso de financeirização da educação.
Atualmente, 96% das matrículas em cursos de graduação a distância no Brasil estão concentradas em instituições privadas, sendo muitas delas controladas por grandes corporações com ações negociadas em bolsa de valores, além de possuírem a participação de fundos de investimentos nacionais e estrangeiros em suas estruturas acionárias.
Por meio da expansão via EAD, empresas de ensino padronizam materiais e conteúdos, ofertando-os em todos os estados do país e em milhares de cidades por meio de plataformas digitais. Junto aos polos de educação a distância, que são a expressão mais visível da EAD no território, instituições privadas ampliam significativamente sua presença e base de alunos no território nacional, com custos reduzidos.
Ambas as condições, financeirização e digitalização, ampliam a precarização, seja do próprio ensino ofertado, seja a do trabalho dos docentes. Apesar de ter possibilitado a ampliação do acesso ao ensino superior no país, a modalidade EAD difundida pela rede privada apresenta, em geral, cursos mais mal avaliados que os cursos oferecidos na modalidade presencial. O trabalho de professores, por sua vez, é diretamente impactado – seja pelo alto volume de estudantes por turma em cursos online síncronos, isto é, naqueles que ocorrem “ao vivo”, ou seja pela desvalorização e minimização do papel docente no processo de ensino-aprendizagem em cursos online assíncronos, isto é, naqueles em que estudantes assistem aulas pré-gravadas e não possuem contato direto com os professores.
A dissertação pode ser acessada pelo Repositório da UFU pelo link: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/41269.
